quinta-feira, dezembro 27, 2007

Namorados.


-Você me ama?

-Não.

-Mentira!

-Pense o que quiser...

-Eu não penso, tenho certeza. Seus olhos estão dizendo.

-Olhos não falam.

-Os seus falam. E tão dizendo que me amam.

-Para com isso. Acabou, Fernando. Não tem jeito.

-Não é de jeito que o nosso relacionamento precisa, é de beijo!

-Não começa...

-Não termina!

-Eu não tô terminando. Eu quero um tempo...

-Um tempo? Quem foi o idiota que inventou isso?

-Tá me chamando de idiota?

-Não... Claro que não. É que não entendo esse negócio de tempo. Ou você tá junto ou não tá.

-É pegar ou largar.

-Ah, é assim? Então tá. Eu largo.

-Larga? Como assim?

-Você não falou que é pegar ou largar? Então... Não aceito esse negócio de tempo. Vamos terminar.

-Terminar? Não. Eu quero um tempo.

-É pegar ou largar.

-Então eu largo.

-Larga?

-É, eu largo. Não quero terminar. Não suportaria saber que você está beijando outra.

-É? E por quê?

-Porque... Porque eu te amo, bosta!

-Eu sabia! Venci pelo cansaço. Eu também te amo. E muito. Agora pega o sal pra mim, vai.

quarta-feira, dezembro 05, 2007


Será errado idealizar o amor perfeito? Esperar que, como diria (ou cantaria) Adriana Calcanhoto, alguém em meia hora mude a sua vida, transforme a monotonia em algo maravilhosamente excitante... E os dias, antes tristes e escuros, em verdadeiras manhãs de sol? O ser humano (não só as mulheres) tem essa mania. A televisão, o cinema, a música, e até mesmo os livros, como artes, são representações simbólicas da realidade, por isso, falam, freqüentemente, dessa idealização amorosa. Nada mais justo. O problema é que alguns descobriram que podem ganhar dinheiro com isso, “fabricando sonhos”, e o resultado foge completamente do conceito de arte, de belo. Filmes piegas e totalmente sensacionalistas. Livros superficiais, que resumem os relacionamentos amorosos em “ E foram felizes para sempre...” . Músicas que ferem os ouvidos. Uma catástrofe. Mas o resultado disso? Recordes de bilheteria; milhares de exemplares vendidos; shows lotados.
Como entender?
A explicação é única: gostamos de nos iludir.
A realidade às vezes passa longe do que sonhamos. É fria, insensível, cruel...Assusta e magoa. É um verdadeiro tapa na cara. Dizer eu te amo, com a sinceridade que se diz nos filmes, é algo difícil, complicado. Bate a insegurança, o medo de tentar, o medo de perder... A dor da perda, a dúvida do que deu errado... E nos sentimos impotentes, destroçados... Mas no fundo, bem no fundo, começam a surgir idéias. Surgem esperanças de que tudo vai se ajeitar... E nos enchemos, aos poucos, dessa esperança que vai crescendo. O nome disso é sonho.
Mas sonho no meio da realidade?
É... Pode parecer contraditório, mas o sonho faz parte da nossa realidade. É dele que nos alimentamos quando tudo parece estar perdido. É ele que nos motiva, que nos move.
Não é errado sonhar.
Na realidade, é de sonho que vive o homem.


Ps: Se eu tivesse que escolher uma trilha sonora para esse texto, seria "The Blower's Daughter" - Damien Rice.

terça-feira, setembro 11, 2007


Tem alguém na minha janela.
Está difícil de
enxergar...
Está escuro; chove muito.
E se for a Inveja?
Tenho medo;
não vou deixar.

Tem alguém na minha janela.
Está insistindo; quer
entrar.
Estou sozinha.
E se for a Tristeza?
Tenho medo; não vou
deixar.

Não tem ninguém na minha janela.
Agora eu vejo muito bem...
Deixou um bilhete; escrito à mão.
Era a Felicidade.
Cansou de
esperar.

domingo, setembro 02, 2007


Estive pensando na beleza, e em tudo o que somos capazes de fazer para alcançá-la.
Antigamente, quando alguém era bonito era e pronto.
O máximo que se fazia era uma boa maquiagem e vestir-se dentro dos padrões da moda (isso sempre existiu).
Hoje não. O poder de compra estendeu-se de tal forma que até nariz novo temos a possibilidade de comprar. O mesmo vale para seios, glúteos e orelhas!
Academia de ginástica tornou-se um investimento rentável. Milhões de corpos lutando para alcançar um espaço no mundo (da beleza, é claro). É por isso que o número de clínicas de estética é proporcional ao de academias de ginástica.
Mas será que todo mundo pensa assim?
E o que está por dentro? Não vale nada?

A beleza, dentro dos moldes do Capitalismo, é tão personificada quanto superficial.
Eu quero que o Capitalismo dite a moda da interiorização.
Que possamos aprender a enxergar a beleza não-óbvia. Aquela que clínica de estética nenhuma pode mudar. A que toma formas na liberdade de expressão, e de pensamentos.
E valoriza as diferenças.
Eu quero que beleza signifique mais do que “Coisa bela, muito agradável ou muito gostosa”, como diz o Aurélio.
E eu possa, enfim, sentir-me plenamente feliz quando alguém disser “ Nossa, como você é bonita!”

quinta-feira, agosto 23, 2007

E gira, gira, gira...


Hoje sou maestro.
Estou no palco (no centro).
Brilho, aplausos, sucesso.
Tenho tudo; não quero mais nada.

Hoje estou na platéia (no canto).
Sou mais um, entre tantos.
Apagado.
Quero tudo; não tenho nada.

Hoje não saí de casa.
O show já começou (não fui convidado).
Dor, solidão, angústia.
Não tenho nada; não quero nada.

A vida é um caleidoscópio...
A cada virada, uma nova perspectiva.

quinta-feira, julho 19, 2007


Hoje eu acordei sorrindo.
Levantei às cinco, tropecei nos móveis e sorri por ter sido um palavrão a minha primeira palavra do dia.
Tomei banho, corri para o ponto e assisti sorrindo meu ônibus partir (e sem mim!).
Cheguei atrasada, estudei o dia inteiro, mas quando cheguei em casa a noite, não consegui conter o riso por ter acordado cedo, tropeçado, perdido o ônibus, chegado atrasada, estudado até tarde e não conseguir parar de pensar em você.
Você me faz sorrir.



“Já conheci muita gente...
Gostei de alguns garotos.
Mas depois de você, os outros são os outros.”

domingo, julho 01, 2007

Sorriso de criança.
Abraço de pai.
Carinho de amigo.
Cheirinho de chuva.
Beijo na testa.
Pôr do sol de Ipanema.
Sofá, filminho e pipoca.
Guerra de travesseiro.
Brigadeiro de panela.
Acampamento na varanda.
Chico Buarque de Hollanda.
Matar a saudade.
Dormir um dia inteirinho.
Escutar conselhos.
Dar conselhos
Chorar quando se tem vontade.
Dançar até o chão.
Lírios brancos.
Amar independente de forma ou intensidade..
Ler um bom livro.
Escrever.
Ganhar presente.
Dar um presente.
Beijar.
Dar a volta na lagoa.
Paquerar alguém.
Dormir de conchinha.

“Hoje, dezenas de crianças morreram de desnutrição, em um país que está entre os primeiros produtores de frutas do mundo”.

“Um ataque terrorista atingiu muitos civis, entre eles uma família que acampava na varanda de casa”.

“A seca se alastra pelo mundo, assim como a chuva ácida”.
“Muitas espécies de plantas tendem a desaparecer”.
São todos efeitos do aquecimento global.

“Jornalistas não escrevem mais o que vêem, mas o que querem que os outros vejam”.

“A lagoa Rodrigo de Freitas sofre com os efeitos da poluição”.

“Uma mulher é morta pelo namorado, no interior da cidade”.

“Briga em uma danceteria causa desespero e tumulto”.

Com tanta coisa acontecendo, quem lembra que o pôr do sol de Ipanema é o mais lindo do mundo?! E Chico Buarque é música pros ouvidos, e pra alma?! Que beijo na boca faz bem à saúde, por isso deve ser praticado regularmente?! E dormir é muito bom, de conchinha então, muito melhor?!


As coisas boas existem sim! Nós é que andamos esquecendo delas por aí...

quinta-feira, junho 14, 2007


As pessoas entram na nossa vida e nós nem sabemos por onde. Vem de um lugar qualquer e trazem consigo todo o prazer do novo, do diferente. Mas quando o novo “sai de moda”, e a rotina se aproxima, somem da mesma maneira que apareceram.
Poucos têm a coragem de enfrentar a rotina, e seguir em frente com o mesmo entusiasmo. A estes, damos o nome de amigos...

Amigos são multiusos.

São sorrisos nos domingos tediosos...
E choros de risos, naqueles em que a diversão resolve dar as caras.
São mãos, braços e coração formando quase uma equipe.
Cada um com a sua função, cada um ajudando como pode.

Com eles pomos em prática nossos verbos de ação preferidos...
Dançar, cantar, beber, beijar, sorrir, falar, viver...


Um brinde à amizade e ao amor!

Ps: Post dedicado às minhas amigas-amores Bruna Cora e Lívia Terra.