domingo, janeiro 28, 2007

Pra Milene Maciel


Querida Milene, em função dos ocorridos resolvi escrever-te.
Acalma-te, pois estou bem.
Sei que às vezes pareço descontrolado, descompassado, mas viver tem dessas coisas.
Nunca se sabe o que nos espera.
Aquele rapaz, que ora ou outra te visita, também tem visitado-me.
Às vezes parece que vem pra ficar, traz bagagem e tudo.
Mas ao final, acaba partindo... sem dizer quando volta.
Seu olhar é entristecido, talvez por amores mal resolvidos. Mas suas palavras são sinceras. Confie nelas e se sentirá melhor!
Acredite também, em você...e na sua verdade.
Afinal, só nós dois sabemos quanto amor você tem guardado.
E quão puro é este mesmo.
Quando se sentir só, lembre-se que estou aqui.
Olhe pra mim, busque a paz que carrego (e sempre carrego).
Ignore as outras vozes que insistem em te rondar.
Ouça apenas a minha, pois é a mais sábia de todas.
Valorize os nossos amigos, eles têm vindo sempre por aqui, e a cada dia trazem algo novo!
Cuide da nossa família, eles não duram pra sempre.
Nunca deixe de dar a eles carinho, respeito e amor.
Por fim, peço que não tenha medo da vida!
Viva intensamente! Aproveite os momentos felizes!
Porque, como diria Tom Jobim:
“ Tristeza não tem fim.
Felicidade sim. “

Beijos carinhosos,

Seu Coração.

terça-feira, janeiro 23, 2007

O que somos nós diante dos outros? Nós mesmos ou alguém recriado aos moldes de suas críticas e opiniões sobre os fatos?


Um certo dia estava eu por aqui mesmo, na Internet, conversando com um amigo sobre assuntos diversos e, por fim... ele disse que eu era diferente. “Ouvi” meio sem entender... e ele explicou... que eu era diferente das outras meninas justamente por não fazer o mínimo esforço para ser igual. Particularmente, confesso que gosto muito de conversar com ele... é alguém que tem boas idéias, no qual encontro muitas afinidades. Talvez por isso o que ele disse a meu respeito fez realmente diferença no meu modo de pensar, fazendo-me acreditar que sou realmente diferente. Essa situação me fez refletir no quanto a opinião dos outros influencia no nosso modo de pensar e agir.

Vivemos sob as doutrinas de uma sociedade em que predomina o senso comum. Seguir esse senso é sinônimo de uma maioria pensando e agindo da mesma forma.Criam-se assim, paradigmas, espécies de “normas”, algumas escritas (chamadas de leis) e outras, por vezes até mais conhecidas que as leis, que a própria sociedade cria. Tais normas ignoram o livre arbítrio, incluindo os cidadãos que as seguem e encontrando diversas formas de exclusão para os que não o fazem (chamados marginais).Uma das conseqüências disso tudo é uma importância excessiva que acabamos dando às aparências, ou melhor, ao modo que os outros nos vêem. Tal fato nos impede de fazer certas coisas que nos agrada, afim de não fugir às “regras”. Isso explica o grande número de modelos anoréxicas, negando um pedaço de pizza por sentirem-se extremamente gordas com seus 48 quilos, jovens ignorando o risco da impotência sexual para aparecer nos comerciais de cerveja, exibindo seus corpos “sarados” devido aos poderosos anabolizantes, médicos, filhos de pais médicos, com vocação pra músicos, políticos corruptos, eleitos por suas promessas tão falsas quanto seus sorrisos, padres com grande vocação pra Pedófilos, entre muitos outros exemplos que temos por aí.
É também por aí, que percebemos que estes mesmos cidadãos “corretos”, que seguem as normas da sociedade, parecem desconhecer as leis. Será que aquele mesmo médico não sabe que dar um diagnóstico errado pode pôr em risco a vida de uma pessoa? Assim como o uso de medicamentos em excesso, para perda de peso ou ganho de massa, apresenta o mesmo risco?! Será que aqueles políticos esqueceram que desvio de verba e qualquer outro ato corrupto é tão crime quanto convidar criancinhas às escuras pra dançar o “tchatchatcha” após a missa das oito, como fazem alguns padres?!
Quem então é o marginal? O que pensa e age da maneira que lhe é cabível, ou aquele que finge ser o que não é apenas pra não fugir às normas?!
Nossa sociedade é tão hipócrita quanto suas “regras”. Devemos rever nossos conceitos! Quebrar os paradigmas! Lutar por nossas idéias afim de um dia, quem sabe, alcançarmos um mundo mais justo. Em que o livre arbítrio seja usado tanto quanto as leis devem ser cumpridas. Pondo fim nas inúmeras tragédias e injustiças reportadas diariamente. E o senso comum dê lugar a um “senso incomum”, em que a opinião própria valha bem mais do que a alheia e os cidadãos busquem nas diferenças uma forma de progresso.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Meu amor, Amor.


É Moreno... Tu chegou fazendo estrago...

Tocou-me o corpo e provocou arrepios.
Beijou-me a boca e convidou-me a ver o céu.
Abraçou-me daquele jeito e conheci a Felicidade.

E foi além...
Alcançou o inalcançável!
Chegou onde nenhum outro um dia o fez.

Tocou-me a alma e levou o que tinha de mais precioso.

Meu amor, Amor...

E este, tu conquistou,
Naquela noite quente,
Sob aquela lua encoberta...
Que só nós dois pudemos contemplar.

sábado, janeiro 13, 2007

A Outra




Era noite, e a lua a única luz ambiente. Chovia, e o cheirinho proveniente desta dava um tom especial ao lugar... Olhou para o relógio ansiosa e quase que ao mesmo tempo ouviu o som da campainha tocar. Saltou da cadeira e ajeitou-se antes de atendê-lo. Estava bem vestido e trazia à mão um vinho tinto. Beijou-a como se nunca tivesse feito isso antes. Tal ato era costumeiro e talvez fosse para compensar sua ausência nos outros dias.
Sentaram-se na sala e o calor foi tomando conta do ambiente, parte pelo vinho, outra pelos beijos que foram se tornando cada vez mais quentes. Então se dirigiram para o outro cômodo da casa. Ali o calor pareceu aumentar, assim como os beijos e as carícias trocadas.
Tudo naquele quarto fazia um cenário perfeito, desde a foto na cabeceira da cama até a parede vermelha, que dava um ar exótico ao ambiente. Parecia que havia sido preparado para receber os amantes, permitindo-os aproveitar bem o pouco tempo que tinham.
E realmente o faziam... A camisola escolhida era uma das mais ousadas e fazia surtir o efeito esperado. Agora os beijos eram variados e ilimitados, e mantinham a sexualidade aflorada. Trocaram juras de amor e no ápice da paixão, tornavam-se um ser somente. Ficaram ali por toda uma noite até que o dia amanheceu.Era hora de partir.E voltar pros braços daquela a quem jurava seu amor por todos os outros dias.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Manifestos de um Coração Partido


Hoje o dia amanheceu diferente...
Mais escuro talvez
Chove muito lá fora, mas o chão que se inunda é o de dentro; da sala de estar dessa casa que até ontem eu chamava de nossa.
Olho ao redor e nada vejo a não ser móveis e objetos sem importância; tudo o que havia de mais importante se foi. Levando consigo todos os momentos felizes vividos, todos os sorrisos roubados, os beijos apaixonados e o Amor nunca antes sentido.
E o que deixou em troca foi um imenso vazio, e um silêncio que ecoa dentro e fora de mim.
Dói tanto pensar que eu tinha tudo e agora não tenho nada.
Dizem que o que Deus une, o Homem não separa, Quem então é o culpado? Será Deus?!
Acho que não...
Vivemos procurando culpados para os nossos fracassos, quando na maioria das vezes somos nós mesmos os responsáveis.
Quando nos deixamos cair na rotina fatigante contrária a todas as tentativas de um jantar a dois, ou de um passeio no fim da tarde. Ou nos deixamos envolver pelas doutrinas de uma sociedade medíocre que nos ensina a valorizar tudo o que se pode comprar, esquecendo que companhia não está a venda. E é impossível ser feliz sozinho...
Agora sei bem o que é valorizar o que se perde.
Meu coração está no escuro...
A única luz existente é a da Saudade.