terça-feira, setembro 11, 2007


Tem alguém na minha janela.
Está difícil de
enxergar...
Está escuro; chove muito.
E se for a Inveja?
Tenho medo;
não vou deixar.

Tem alguém na minha janela.
Está insistindo; quer
entrar.
Estou sozinha.
E se for a Tristeza?
Tenho medo; não vou
deixar.

Não tem ninguém na minha janela.
Agora eu vejo muito bem...
Deixou um bilhete; escrito à mão.
Era a Felicidade.
Cansou de
esperar.

domingo, setembro 02, 2007


Estive pensando na beleza, e em tudo o que somos capazes de fazer para alcançá-la.
Antigamente, quando alguém era bonito era e pronto.
O máximo que se fazia era uma boa maquiagem e vestir-se dentro dos padrões da moda (isso sempre existiu).
Hoje não. O poder de compra estendeu-se de tal forma que até nariz novo temos a possibilidade de comprar. O mesmo vale para seios, glúteos e orelhas!
Academia de ginástica tornou-se um investimento rentável. Milhões de corpos lutando para alcançar um espaço no mundo (da beleza, é claro). É por isso que o número de clínicas de estética é proporcional ao de academias de ginástica.
Mas será que todo mundo pensa assim?
E o que está por dentro? Não vale nada?

A beleza, dentro dos moldes do Capitalismo, é tão personificada quanto superficial.
Eu quero que o Capitalismo dite a moda da interiorização.
Que possamos aprender a enxergar a beleza não-óbvia. Aquela que clínica de estética nenhuma pode mudar. A que toma formas na liberdade de expressão, e de pensamentos.
E valoriza as diferenças.
Eu quero que beleza signifique mais do que “Coisa bela, muito agradável ou muito gostosa”, como diz o Aurélio.
E eu possa, enfim, sentir-me plenamente feliz quando alguém disser “ Nossa, como você é bonita!”